quarta-feira, 12 de março de 2008

13 - O dia que a Let’s pirou ou piorou

Era uma vez uma Let’s tranqüila que trabalhava no seu mundinho de processamento de uma famosa biblioteca. Classificava os livros que queria, do jeito que queria. Inventava mais trabalho para ela e também para outros setores.
E assim caminhou a sua humanidade por cinco aprazíveis anos.
Mas eis que um dia uma superbibliotecária veio convidá-la para mudar de setor, (para substituir outra super), sabe aquele Puf de rodinhas? É, foi ela quem a convidou! propôs novos trabalhos, novos desafios, uma nova era na sua vida-besta. Os olhinhos da Let’s brilharam! E ela pensou, pensou, pensou: era um novo desafio, vou ou não vou, eis a questão!
Ela foi.
No começo tudo parecia um paraíso, a Neusa foi ensinando, a Rosilene dando as dicas, a Ira rindo.... No início, o rítmo de trabalho era nem lento e nem super-rápido, era quase rápido, porém a Let’s foi agüentando o tranco e achando que a vida era aquela beleza....
Mas como nem tudo são flores e nem paraíso, o povo do setor de projetos começou a mostrar a sua cara. Começaram pisar fundo no acelerador e a rodinha zuuummm ia pra lá e pra cá e a Let’s foi entrando no furacão, vulgo Puf roxo, rodando no centro do tornado, em meio a tempestades de usuários, projetos, cds, vídeos, mapas e tudo o que havia ali. Os cabelos começaram a arrepiar.
E a Neusa com aquele jeitinho manso de falarbaixinhorapidinhoquemonitornão
podeveremailvocênãopodenavegartemquetrabalhartemquechegarnahoratemquesercompetentetemquefazerexposiçãoindexarprojetovideocdmapafotografiaosaltofazendotoctoctocmontacdhomepage-respira-tomaáguacafécháfazxixivoltapramesanãorespiraatendedesaprende
stresspira - respirafundo- e BUM!
A Let’s pifou!
A Rosilene correu para acudir, abanava, trouxe um remedinho:
- Ira ajuda aqui...
Ira rindo: - Ajuda aqui, hehehe.
- Levanta um pouco a cabeça.
- Levanta a cabeça, hehehe, a Valéria já fez isso comigo....
Não pode continuar, pois a chegada das três Marias causou um alvoroço, a Mony-Maria foi logo gritando:
- Vocês estão loucas?! Não mexe no corpo, ninguém mexe até o bombeiro chegar.
Edla-Maria dá um palpite:
- Deve ser a escoliose ou a lordose mas parece mais esclerose, isso aconteceu com uma amiga minha.
- O quê? O que você disse?
A Edla vai abrir a boca para explicar o acontecido para Emily-Maria, mas é interrompida:
- Peraí, deixar eu aumentar o volume do meu aparelho.
- EMILY! A LET´S PIFOU.
- Quê? Peraí, ainda não sintonizei direito, quem fez isso com ela?
A Mony bufa, a Edla desiste de explicar e vai para a copa preparar um chazinho rosa, neste momento a Satiko entra na copa e pergunta:
- Huuummm, o que você está fazendo.
- Um chá rosa pra Let´s que pifou.
- Chá? Huuummm. Olha a caixinha, cheira, põe o óculos e vê o preço!
Cruzes você pagou tudo isso? Lá em Atibaia tem chá rosa, verde, amarelo, azul, todas as cores, bem baratinho...
E a Let´s continua lá, estatelada no chão esperando socorro. Os outros colegas de trabalho estão voltando do almoço e aos poucos vão se aglomerando em volta daquele corpo largado e arrepiado no chão amarelo-frio.
A Lisely tem um choque ao adentrar pela porta de vidro e deparar-se com a cena inusitada, solta sua voz de menina-direita-de-colegial-de-alguma-Nossa Senhora:
- Coitada, como vocês a deixam assim? Agacha e arruma a roupa, escova os cabelos arrepiados
- Pronto agora sim, pode chamar o bombeiro.
A Célia pega um almofadão estampado, não o Puf é claro, acende um incenso, senta ao lado do corpo e começa um ritual reikeano energizante.
- Deus manda fazer sexo só para procriar, mas acho que o caso dela é urgente pra relaxar, aconselha a conselheira irmã Araci.
- Que sexo nada! Se ela tivesse três gatos, quatro cachorrinhos, cinco peixes, um papagaio, umas tartarugas e fizesse piquete não estava aí estatelada. Resmungou a Regina.
Da janela a Rita grita: Ô Let´s vem fumar um cigarrinho aqui na janela, que esse piti passa!
Mas o Rodison não se conforma:
- Ah, se fosse comigo... eu nem deixava isso acontecer, porque as coisas não são assim, tem muita coisa fora de lugar na minha mesa, na minha casa, na minha cabeça, mas sabe, sei lá, isso é uma absurdo!
A Eliana ao passar pelo Projeto em direção à copa, vê aquele tumulto e pergunta: o que acontece? A Rosilene tenta explicar, a Ira ri, todos falam ao mesmo tempo, mas a Mony põe um ponto final falando mais alto e resume a história dizendo que o bombeiro logo chegará.
- Bom já que está tudo resolvido, je suis desolée, e como aqui não é lugar para tumulto, dispersem, deixem as duas resolverem o problema. Elas que se entendam.
E dirige-se para a copa acompanhada da Vila, que também arrisca mais um palpite para a situação:
- Acho que ela precisa comprar um produto da Avon ou da Natura, pode ser também um calcinha. Qualquer coisa, contanto que compre.
A Dina não viu nada porque ainda não chegou, a Rejane não se interessa pelo tumulto porque já sobrevive num, oito horas por dia.
Mas eis que chega a causadora do piti da Let´s, a chefe supersônica-atômica-Neusa. Entra calmamente na sala, guarda a bolsa, engata a primeira,a segunda pula pra quinta e atendeumalunofalacomaRosileneemprestaumCDescaneiaumafotoolhaaquilonochão e cai na gargalhada:
- Coitada! A Let´s pifou e o trabalho nem começou!
Aquele corpo estatelado, arrepiado, estendido no chão, que pensava em levantar-se, ao escutar as palavras sábias do conhecimento milenar japonês, achou melhor não arriscar mexer nem os cílios, era mais prudente esperar pelo o bombeiro.
Quem sabe ele a tirava daquela enrascada e valesse a pena a troca.
Mas ainda falta um personagem!
Prof. Katinsky chega beijando todo mundo e dando as alfinetadas;
- Ah, ha! Ninguém está trabalhando, tá todo mundo aqui conversando.
Mas antes que alguém lhe dê uma resposta ele emenda:
- Tem café? Tem bolo?
Alguém responde:
- Tem professor, o bombeiro chegou, a Let’s melhorou e vamos festejar.


Letícia 30/8/2005

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