quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Espanador japonês

A Neusa é uma caixinha de surpresas. Já me deu um susto quando pensei que seu casaquinho tamanho gigante ambulante era um puf roxo de rodinhas. Depois customizou o puf tornando-se uma cama-sexy-redonda. Agora nesses tempos de beleza pura, fez um upgrade em suas madeixas de gueixa, transformando-se em mais bibliotecária loira de raízes negras e para ficar mais fashion, espeta tudo pra cima.
Está certo que a Eliana saiu, a Dina escureceu o cabelo e a Edla em breve se tornará uma turista profissional, mas não será por falta de inteligências loirísticas que esta biblioteca não vai mais funcionar.
A Neusa sempre me prega peças. Outro dia estava eu, nos fichários, sim esta biblioteca ainda tem fichários com fichinhas de 12 x 7 cm....e vejo uma penugem igual a de um espanador, andando sozinho pela beirada do outro lado do móvel. A primeira vista pensei que era a faxineira limpando as gavetinhas, mas ele continuou andando e falando (de novo)
- Bom dia Let´s
Olhei pra trás, pros lados e não vi ninguém. Sabe aquele segundo que o tico e o teco funcionam? Concluí: é o espanador que está falando!
Depois de oito anos de FAU nada mais me assusta, tranqüila porém desconfiada, respondi bom dia, esperando para ver quem era a dona da voz e daquele espanador ambulante. Ufa! Era somente a Neusa.
E lá veio ela sorrindo:
- Então Let´s, e o carro novo?
- Ah! O carro é outra estória.

A janela sem a moça

Aquela janela da FAU que em 2002, tinha a moça que via o tempo passar, o entulho cair, agora está vazia. Não é domingo, ora pois, mas a moça sumiu de lá. É que os tempos mudaram e a nossa Rita da Fita, não usa mais fita no cabelo e nem pita mais, não pita porque não quer, não se entope de nicotina porque uma pneumonia quase a leva desta para melhor.
Mas a vida continua e as frondosas árvores do estacionamento da Matemática continuam sacudindo seus galhos ao vento, a poeira continua entrando na sua sala, os alunos continuam passando lá embaixo, só o entulho não cai mais afinal, a reforma acabou.
Foi a força do destino que fez a cabrocha namoradeira de cabelos lisos e passos apertadinhos, lembrar que já era avó. Este destino fatídico manifestou-se cruelmente através do seu querido neto: num dia plácido de céu azul, às margens da rua do Lago ela saiu correndo atrás do neto, não se sabe se estava brincando de pega-pega ou se queria salvá-lo de um possível acidente, só sei que devido a este ato tresloucado, pensando que ainda podia sair por aí saltitante, seu tendão gasto, não tanto pela idade mas sim pelos sambas sambados durante a sua existência, rompeu-se num TREK.
Dá para imaginar o auê que foi na biblioteca? Leva a Rita para o hospital, leva o ponto para ela assinar, um diz-que-diz danado: se ela pode, também quero! Três meses sem ela! Nem preciso dizer que o controle dos livros, que estavam no restauro, foi-se por água abaixo, melhor dizendo: foi-se FURNAS abaixo.
Depois da operação deram três meses de licença, três meses em casa de cama, num bem-bão de dar inveja. Sem ter o que fazer ficou pensando na vida, revendo seu passado, reformulando o futuro e com tanta caraminhola na cabeça, surgiu a nova Rita sem fita e de vida saudável: não fuma, devido à pneumonia; não usa mais plataforma, devido às seqüelas do acidente; ganhou uns quilinhos na cintura, também seqüelas da mordomia; adotou os cabelos rebeldes, pela rebeldia da moda (acho que é preguiça mesmo) e o samba?
- Ah! Isso não largo, não!
Mas continua sempre sorrindo, sempre simpática me fazendo rir muito em nossos cafés matinais. E o que eu mais prezo nela, nesta sua nova vida saudável, é aquela latinha redondinha abarrotada de bolachinhas, uma “ dilicia!”

terça-feira, 3 de junho de 2008

Meu carro zero!

Enfim a novela terminou: depois de idas e vindad à concessionária para perguntar preço e financiamento, fazer contas e mais contas, assaltar cofrinho, ufa! Comprei meu primeiro carro zero. E como todo pobre mortal ou vice-versa, isto é, uma mortal paupérrima, pagarei em 5 anos. Toda uma infância!
Deixei pra trás um kadett 1.6, ano 95 e peguei um Fiesta 1.0, 0, veja bem ZERO KM todo equipado: direção hidráulica, ar,travas, alarmes, luzes e luzinhas.
Agora só falta o som que parcelarei em breve.
Mas êta que o carro não sobe ladeira!! Tem que pegar embalo senão não vai. Ainda estou me costumando.
Já batizei: raspei a roda na guia no segundo dia de uso. bela bosta.