quinta-feira, 3 de julho de 2008

De olhos abertos

Era uma vez, num futuro quase próximo, no Japão, uma japonesinha neta de uma japonesa bibliotecária da FAU.
Certa vez a japonesinha, vendo o robô doméstico da sua mãe atarefado fazendo uma torta de kiwi e manga, teve a brilhante e antiga idéia de levar um pedaço da torta para a sua super-moderna avó. Ela sabia que a vovó adorava transformações em sua pessoa. Conheceu toda a evolução da anciã através das fotos daquele antigo orkut. Como também era amiga dos cinco netos da Let´s ( que ainda não tem nome, mas que serão cinco, ah! isso serão) conhecia também antigo blog da Let´s, onde estava repleto das estórias da avó.
Aí ela avisou a mãe que ia levar o pedaço do doce para a Neusa lá na FAU, mãe concordou com a condição que não parasse no caminho.
– Ok, mamy, respondeu a filha.
Pegou a sua nave espacial infantil e voou do Japão para o Brasil rapidinho, mas chegando em São Paulo, viu que o trânsito estava parado e resolveu fazer um pit-stop em Copacabana, no Rio de Janeiro. Era a hora do rush da manhã e poderia esperar até às 10h, quando a vovozinha costumava tomar café com as colegas da biblioteca.
Esticou a toalha na areia e ficou admirando as águas poluídas do Atlântico. Deu um tempo, tomou água de côco, conversou com um surfista, que definitivamente não será o Lobo Mau desta estória. Às 10 horas, colocou o capacete e o macacão prateado, itens essenciais para pilotar naves espaciais infantis e rumou para São Paulo. Em dois minutos chegou ao destino.
Como já era conhecida na Biblioteca, entrou sem cerimônias perguntando pela querida vovozinha. A Regina que ainda estava no balcão de empréstimo, de barba branca de molho, avisou que provavelmente ela estaria tomando café.
Ao chegar à copa, todo mundo fez festa:
- Olá! Como vai? – disse a Rita
- Como está linda a sua neta! Comentou a Araci
- Ah, há! Trouxe docinho para a vovó? Emendou a Mony.
Respondeu um arigatô para aquele povo escandaloso. Acanhada foi se chegando perto da avó e falou baixinho, mal de família ou da etnia?
- Vovó pra que este decote tão grande?!
- É pra ventilar melhor o pescoço, respondeu a Neusa.
- Pra que este cabelo de espanador?
- É para arejar as idéias.
- Pra que este salto tão alto?
- É pra subir na vida.
- Pra que esta plástica nos olhos?
- É para abri-los e enxergar looongeeee!!!!!!
- Será que também posso abrir os meus?É que assim o mundo parece pequeno.
A Neusa deu um sorriso e explicou para a neta que ainda era cedo e também era por isso que os japoneses transformava toda nova invenção do Ocidente, num mesmo objeto na versão micro.
- Então tá-né-vó. Come a torta que tenho que voltar pra casa.
E lá se foi a japonesinha feliz da vida, almoçar sushi e peixe cru no Japão.

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