domingo, 22 de fevereiro de 2009

Um espírito encostou em mim.


Tenho um afilhado, meio pertubado, lindo, fofo e frágil. Pertence a tribo tipo assim, fala aí meu, belê?, vamos tomar uns goró. Há anos dá trabalho para os pais, faz terapia e apronta. Leva a vida aos trancos e barrancos, mas sempre tem uma mão para reerguê-lo.
Preocupada com o andar desta carruagem, que há anos anda em passos de tartaruga e considerando que madrinha é a segunda mãe, encomendei para a minha amiga Araci, que freqüenta centros espíritas, um espírito da hora, bom e porreta, pra por meu sobrinho na linha ou num trilho mais rápido e tomar rumo nesta vida.
Dias depois reclamei que o espírito não estava fazendo efeito, mas ela foi categórica que ele tem cura, considerando que o caso é por demais complicado resolvi esperar mais um pouco pelos resultados da minha encomenda.
Vieram as festas de final de ano e por incrível que pareça, ele participou de todas. Graças ao meu novo cunhado (que não poderia ser melhor) passamos o ano novo juntos, quando tive a oportunidade de trocar algumas frases conexas com ele. E entre os só, ê aí? vamos tomar umas brejas? contou seus planos para 2009: fazer teatro em São Paulo e ficar no Albergue do Sumaré, isto é, a minha casa.
Comecei a desconfiar que o pacote espírita estivesse dando certo. E ele veio!
Como nunca se aventurou em São Paulo e no papel da segunda mãe, porém mais light, estou caprichando no rango, enchendo a geladeira de cerveja (pra não tomar na rua, mas ainda não deu certo, ele toma todas aqui e lá fora), dei dicas de cursos de teatro, acompanhei em alguns, levei ao cinema, levei a bares. Enfim arranjei um marmanjo como filho!
Pensando bem, acho que o espírito encostou em mim, mas se der certo, já estou fazendo uma listinha de encomenda:
Um para a minha filha se tornar cdf;
Um para o meu irmão dar um pé na bunda da mulher;
Um para a minha mãe sair andando;
Um para o meu pai aceitar mudar de casa;
Um para a minha irmã falar FUI para os filhos e exs;
Um para eu casar com um milionário e o albergue se tornar uma mansão para acolher, enfim, todos aqueles que querem morar comigo.
Ô Araci é só isso, será que dá pra providenciar?

Um comentário:

Anônimo disse...

Maaae, que maximo!