quarta-feira, 26 de março de 2008

Estórias infantis - 4 - Sofia na floresta

Num dia muito quente de verão, Sofia e o primo Zequinha estavam brincando no jardim da vovó, mas como a vovó estava atrasada com o almoço, pediu-lhes que fossem ao fundo do quintal buscar temperos para fazer uma comida bem gostosa. Atendendo ao pedido e com uma cestinha na mão foram colher louro e salsinha.
Mas a vovó alertou-os para que tomassem cuidado com o buraco que havia no muro e que não passassem por ele.
Chegando ao fundo do quintal, enquanto Sofia colhia os temperos, Zequinha perguntou curioso:
- O que será que tem do outro lado do muro?
- Não sei, mas a vovó avisou para gente não passar.
Mas um passarinho posou no chão, olhou para um lado, olhou para o outro e piando e dando pulinhos atravessou o buraco. Zequinha, tentando pegar o passarinho, também atravessou o buraco.
- Zequinha, volte aqui! - gritou Sofia seguindo os dois.
Já do outro lado, os dois ficaram de boca aberta, admirando a bela floresta que havia lá.
- Nossa! Que lindo - disse Zequinha.
- Quanto passarinho - respondeu a prima.
- Olha um coelho!
- Um macaco! Um tatu! Quantas flores!
Os dois primos, distraídos foram andando pela floresta, admirando e olhando tudo ao redor, até que avistaram uma casa linda feita de chocolate, biscoito, bala de goma, sorvete e brigadeiro.
- Olha só que legal Sofia!
Ela, passando a língua nos lábios e as mãos na barriga, concordou dizendo: - Ai que fome...
E os dois começaram a tirar pedacinhos de chocolate da casa para comer.
- Bom, né?
- Delicioso, respondeu Sofia, abrindo a porta com uma mordida na maçaneta.
Foram entrando devagarinho e com tantos doces a sua volta não puderam conter a alegria e gritaram:
- Quantos doces maravilhosos!
- Ah, porque a nossa casa não é assim?
- Seria muito legal.
Mas uma voz esquisita perguntou :
- O que vocês estão fazendo aqui na minha casa?
Era uma bruxa, pequenina, enrrugadinha que segurava uma bengala.
- Nada... É que a gente estava passando e deu uma fomeee... Respondeu Sofia, tentando sair de fininho
- Fome é? Resmungou a bruxa aproximando-se dos dois.
- Huumm! A menina tem uma bochechinha rosada e é bem fofinha, mas a menina como é magro! Sabe que eu também estou com fome? Mas primeiro é preciso engordar este menino.
Puxou o Zequinha pelo braço trancando-o dentro de uma enorme gaiola.
- E você menina, vai me ajudar arrumar a casa. Pegue uma vassoura e vá varrer o quintal.
Sofia obedecendo à bruxa começou a varrer o chão.
- Por que a menina está triste? - perguntou uma voz.
Sofia olhou em volta e não viu ninguém.
- Quem está falando?
- Sou eu, a vassoura mágica.
A menina deu um pulo para trás e, assustada, largou a vassoura, que não caiu!
Deu um vôo rasante em torno dela e disse assim:
- Não tenha medo. Sou sua amiga. Essa bruxa é muito chata. Fez esta casa de doces e depois acha ruim quando as crianças comem. Pode?
Sofia perguntou aflita:
- E você, gosta de criança? Pode me ajudar a sair daqui?
- Claro que sim ! Vamos, suba nas minhas costas que te levarei até a praça da sua avó para pedir ajuda.
Sofia não pensou duas vezes. Pulou em cima da vassoura e saíram voando, num lindo passeio por cima da floresta, furando as nuvens do céu.

Na praça, os amigos já estavam aflitos com o desaparecimento dos dois, pois já fazia tempo que a vovó estava procurando por eles.
De repente, Alan olhou para o céu e viu alguma coisa voando:
- Vejam lá em cima! O que será aquilo?
- É um avião - gritou o Alexandre.
- Não, é o super-homem !
- Acho que é a super-mulher - emendou Camila.
- Não! É a Sofia - berrou a Ana Clara.
VRUUUMMM.... A vassoura deu uma volta sobre a cabeça de todos e aterrissou na praça.
Todos correram ao encontro delas perguntado ao mesmo tempo:
- Onde você esteve?
- Cadê o Zequinha?
- Que vassoura é está?
- Calma, calma amigos. Acontece que preciso de ajuda , o Zequinha está preso na casa de doces da bruxa, no meio da floresta, do outro lado do muro. Mas não sei como poderemos ir todos até lá...
- Eu tenho uma idéia, falou a vassoura.
- Ela fala?! Interrompeu a Laurinha assustada. Mas a vassoura continuou a falar:
- Vou chamar todas as vassouras mágicas da floresta e assobiou bem forte e fininho.
Surgiu então, um monte de vassouras mágicas no céu. Sobrevoaram a praça e aterrissaram. A turma da rua bateu palmas de alegria e subiram nas costas delas.
- Todos prontos?
- Sim, estamos !
- Então segurem firme que vamos voar !!!! Num vôo lindo, maravilhoso! IAHOOOO!!!!
E todos levantaram vôo em direção à casa da bruxa. Chegando perto, as vassouras foram aterrissando uma a uma e as crianças descendo.
- Meu Deus ! Essa casa é uma delícia... Disse um
- Eu quero uma bala de goma, disse o outro.
E sem esperar por nada, todos avançaram como formigas nos doces, sorvetes, brigadeiros. Comeram a janela, a porta, o telhado...
A bruxa que estava no fundo do quintal procurando a Sofia, veio correndo resmungando:
- Mas o quê é isto? Que criançada gulosa, seus pais não lhes dão doces, não? Parem com isto !
Giovana com a boca lambuzada de sorvete de morango, virou-se e disse:
- Nós só vamos parar quando a senhora soltar o nosso amigo.
- Vocês vão é ficar com cáries nos dentes ! Praguejou a bruxa.
- Engano seu, disse Alan, pois nós sempre escovamos os dentes após as refeições, mesmo que obrigados, falou baixinho...
Quando a bruxa ia reclamar de novo, o Zequinha saiu da gaiola.
- Ah, ah, ah, enganei o bobo na casca do ovo. A bruxa é muito boba, comi o cadeado, um brigadeiro muito gostoso, e a porta se abriu. Ah, ah, ah...
A criançada caiu na gargalhada e saíram correndo, montaram nas vassouras mágicas e voaram de volta para a praça.
- Tchau bruxinha !!!
- Obrigada pelos doces!!
A bruxa ficou lá embaixo, sacudindo a bengala no ar resmungando não sei o quê.
Mas antes, Sofia colheu uns temperos mágicos na floresta.
Ao chegar de volta à praça, Sofia despediu-se da vassoura mágica:
- Muito obrigada, vassourinha. Sem vocês não conseguiríamos salvar o meu primo.
- Não foi nada, aquela bruxinha merecia uma lição. Bem agora precisamos voltar para as nossas bruxas. Adeus a todos.
Então, todas as vassouras mágicas levantaram vôo juntas, parecendo um bando de passarinhos voando no céu azul, desaparecendo entre as nuvens brancas.
Sofia e Zequinha despediram-se dos amigos e correram para a casa da vovó, que fez um delicioso almoço com os temperos da floresta.
- Cléa ! Disse o vovô - hoje você acertou no tempero, está tudo uma delícia!
- Graças a Sofia e ao Zequinha que trouxeram os temperos.
Os dois primos se olharam, riram, pois só eles sabiam do segredo dos temperos mágicos.

Leticia-1998

2 comentários:

Anônimo disse...

muito bom. li a tua estória ao gabriel, que tem um mês e ele gostou muito. parabéns, gostei muito da tua escrita, tens um bom portugês.

Leticia de Almeida Sampaio disse...

Puxa! obrigada pelo elogio. Escrevi esta história quando a minha filha, sofia, era criança e os personagens eram seus amigos de escola.