terça-feira, 10 de junho de 2008

Será que ela virá?

Sensibilizado com a escassez de pessoal na biblioteca da FAU, o senhor diretor prometeu uma funcionária eficiente para cobrir esta falta, buraco, ou melhor, rombo de funcionários! Ninguém menos que a Bete da Comissão de Graduação.
Conheci a Bete no banheiro, entre uma escovada de dentes e outra, e parece ser daquelas pessoas que eu gosto, a mil! Cheia de energia e é de gente assim que precisamos na biblioteca. Bom, pelo menos este escatológico banheiro das funcionárias da FAU, está me servindo para a conhecer novas pessoas.
Então, recebemos a informação que ela assumiria o seu posto em janeiro. Nos planejamos para recebê-la de braços abertos e sorrisos largos, mas era época de férias e ficou para o mês seguinte.
Fevereiro chegou com toda a força do verão e com ele, a nova notícia: a Bete precisa ficar na Comissão, pois é época de atender as transferências, equivalências, blábláblá, blábláblá. Sem saída, acatamos a nova ordem e continuamos a fazer novas carteirinhas, a emprestar, a guardar livros, revistas, projetos, slides, cds, dvds, enfim, a rotina de uma biblioteca com ou sem funcionários.
Aí veio março com suas águas fechando o verão e nós aqui, afogadas em livros e carteirinhas, com a vã esperança da breve chegada da Bete, como quem fica olhando o céu noturno a espera de um disco voador e se não existe disco voador, conclui-se: a Bete não veio.
Abril. O verão acabou e o outono chegou trazendo apenas o frio. Nos agasalhamos e enchemos nossos corações de mais esperança de que mais um calor humano viria esquentar o nosso desconforto ambiental. Mas ainda não era a hora da Bete:
- Ela precisa fazer uns acertos finais na Comissão de Graduação.
Em maio o frio apertou, acendemos uma vela para esquentar o ambiente e rezar pra Deus Nosso Senhor enviar a Bete de qualquer maneira.Parece que Deus tentou acender uma luz no fim do túnel e surgiu uma nova chama de esperança. É que uma funcionária de outra unidade veio para a biblioteca, a cedemos para a Comissão de Graduação com o intuito de a troca ser imediata. Ela pela Bete. A funcionária foi e nós ficamos de mãos vazias: A Bete não veio. Desta vez tinha que “treinar” a nova substituta.
Sem saída e com a porta de emergência trancada, nós aqui na biblioteca continuamos a emprestar e guardar livros, revistas, projetos, slides, cds, dvds, enfim a rotina de uma biblioteca, com ou sem funcionários.
Junho.
- Agora vem.
- Será que virá?
Alguém cantou: e no balanço das horas tudo pode mudar....
A última notícia que obtivemos, no banheiro, é claro, é que definitivamente a Bete não vem em junho e em julho estará de férias, será que no mês do cachorro louco ela vem?
Esgotado(a)s da esperança/sem esperança, espera/não espera, vem/não vem, só nos resta lembrar o Cazuza:
“Bete Balanço, meu amor, me avise quando for a hora...”

(dizem por aí que quem espera sempre alcança).

4 comentários:

Unknown disse...

Letícia.
Você é muita criativa...
Gosto muito de suas crônicas.
bjs.
Rosilene

Anônimo disse...

Let's , você é mesmo impagável, minha amiga ! Ótima ! Bj, Mony.

Anônimo disse...

Até que enfim alguém (Mony) se lembrou de me avisar que vc tinha um blog. As crônicas estão ótimas. Não sei se vc aceita sugestão de tema, mas aqui vai um: "Uma biblioteca no céu" (ou sei lá onde sua imaginação achar melhor), vc já pensou na Sonia e na Dora recebendo a Emily? Vai lá, teclas à obra que vc escreve bem melhor do que eu. bjs

Leticia de Almeida Sampaio disse...

Vânia, sabe que passou pela minha cabeça escrever sobre a confusão que a Emily faria ao chegar lá?
Gostei da sugestão, vou tentar escrever.